Entrevista ''Michael e Eu'' (parte 04)


Matéria traduzida e editada por este blog a partir da entrevista concedida por David Nordahl [retratista pessoal de Michael Jackson] à Rev. Dr. Catherine M Gross, em 29 de Agosto de 2013.

Uma viagem inesquecível, Michael e Eu: DAVID NORDAHL 

Rev. Dr. Catherine Então, agora, como a amizade se desenvolveu, eu imagino que você vai falar sobre negócios, sobre trabalho e cliente.

David Nordahl Eu acho que foi Michael, como eu disse, eu acho que nós nos tornamos amigos instantaneamente. Assim, após esse reunião inicial que tivemos em Denver, Michael me chamou uma porção de vezes, e eu percebi também, quando cheguei em casa [voltando de] Denver, que não se tratava realmente sobre aulas de arte.

Era mais uma ocasião onde ele gostaria de saber mais a meu respeito, sobre quem eu era e sobre os meus pensamentos, antes de começarmos a fazer qualquer pintura, juntos. 

E assim, depois desse encontro inicial, quando ele estava turnê e tudo, ele se habituou a me ligar a qualquer momento. Na maior parte, tarde da noite, porque Michael sempre teve dificuldades para dormir, assim, diversas vezes ele me ligava à meia-noite ou, até mesmo, mais tarde do que isso e certamente conversamos muito.

Rev. Dr. Catherine Que bom.

David Nordahl Sim, e então ele me disse, naquela época, que ele tinha um monte de projetos, de modo que ele queria que eu trabalhasse [para ele] e se eu estava disposto a isso. Eu disse ''Claro''.

Rev. Dr. Catherine Conte-me sobre essa pintura, parece que as figuras começaram em um tamanho normal, mas acabou em algo em torno de 24 x 38, como a pintura Children of the World [Crianças do Mundo].

Campo dos Sonhos
David Nordahl Sim, esta é a que Michael chamou de Campo dos Sonhos. Isso começou, como você disse, com um simples esboço e a pintura original teria 9x12 e, em seguida, nas horas extras, ela continuou a crescer e chegou a 9x20 e, em seguida, a 12 x38.

E eu me senti mal porque eu fiz esse esboço e eu fiz mais de 5.000 desenhos de crianças diferentes, de diferentes nacionalidades, diferentes religiões etc, para enfim, vir com a pintura final, mas você pode imaginar o tamanho disso e sobre o número de figuras. Eu teria tido mais de 300 figuras lá. Então, não era um projeto que eu pudesse retomar sozinho.

Eu tentei obter alguma colaboração de algum outro artista que eu soubesse que poderia me ajudar, pelo menos, a embalar a obra, mas eu não consegui o compromisso, porque eles têm suas próprias carreiras e assim, eles não teriam tempo, então a pintura grande nunca foi feita. É apenas uma tarefa muito grande... teria levado anos para completar isso.

Rev. Dr. Catherine É bom que você acabou de dizer que ele doou 300 milhões de dólares para ajudar as crianças. [...]

David Nordahl Eu acho que seus atos causaram impacto nas pessoas [e as levaram] a fazer as coisas que ele fazia, eu acho que ele mudou muito a mente das pessoas. Eu acho que alguém que trabalhou com Michael, em qualquer um desses projetos ou qualquer outra coisa, estou certo [da presença] do espírito de Michael e espero que eles continuem a fazer o tipo de coisas que Michael gostaria que fizessem.

Rev. Dr. Catherine Eu espero que sim, eu acho que eles irão fazer, eu acho que qualquer uma das pessoas que estão ouvindo o show... há poucos países ouvindo esse show e todos eles foram afetados por Michael antes [...] ele foi capaz de tocar muitos corações em todo o mundo .

David Nordahl Isso é certo.

Rev. Dr. Catherine E esse é o lado diferente que ele fez.

David Nordahl Oh sim.

Rev. Dr. Catherine Eu acho que isso importou, porque até mesmo as crianças dizem, ele não poderia ajudar. Ele tocou o coração de outras pessoas que gostariam de fazer o que elas viram [Michael] fazendo.

David Nordahl Sim, eu quero te dizer sobre a primeira noite que eu fui ao concerto e tivemos este passeio de arrepiar os cabelos, em três vans, através de Downtown, Denver e fora do estádio.

Quando chegamos lá, havia uma área que foi cercada nos bastidores - tinha este canos de metal - e então estas cortinas azuis escuras que ficavam lá e, em seguida, um grande aviso sinalizando como área ''absolutamente restrita''. 

Lá havia uma linha de crianças em cadeira de rodas e respiradores e todo esse tipo de coisas. Estes eram as crianças da fundação Make-A-Wish, com as quais Michael passava todo esse tempo, antes de entrar no palco - e havia aquelas crianças com doenças terminais. 

Na primeira noite, eu achei que algo tinha acontecido e falei com Chuck, eu perguntei se um garoto havia falecido e Chuck apenas balançou a cabeça. Então, eu acho que o menino que estava lá faleceu e Michael saiu de lá e fez uma oração com todas as pessoas que estavam para se apresentar e estavam fora do palco.

Após o concerto, eu perguntei "Michael, como você consegue fazer isso? Como você pode ver essas pobres crianças miseráveis ​​e depois ir de lá se apresentar?" 

Ele me disse "Como eu não poderia? Se eu posso estender a vida da criança por uma hora ou um dia, uma semana ou um mês, por que não posso fazer isso?"




Foi uma resposta muito simples. Ele tinha tanta compaixão pelas crianças doentes e pelas crianças terminais! Todo esse rancho [Neverland] foi criado para isso. Todos os passeios foram especialmente adaptados para se certificar de que os braços das crianças com necessidades especiais não saíssem para fora, ou seu cabelo não ficasse preso [nos brinquedos].

Ele só tinha tanta compaixão e ele... Se uma mãe ligasse e tivesse um filho gravemente doente ou algo assim, Michael largava tudo e ia para lá. Ele deixava algo com a criança, poderia ser uma luva ou qualquer outra coisa.

Ele dizia à criança "Eu vou estar de volta em duas semanas" e eu acho que era incrível como ele realmente estendia a vida de algumas crianças, só esperando ele voltar.

Ele me disse "Eu sei que eu sou apenas uma pessoa, mas o artista Michael Jackson é muito importante para estas crianças.''

Fonte: http://www.examiner.com