Depoimento de Maggie


'Eu conheci o trabalho de Michael quando eu era uma menina, e eu morava em São Paulo, sudeste do Brasil, onde nasci. Naquela época, meu pai ouviu o Jackson Five através de um pequeno rádio, e eu adorava ouvir a música de todos eles, mas eu não conhecia Michael tão bem.

Nós nos mudamos para o nordeste do Brasil e logo após Michael cantava Can You Feel It. Eu adorava ver esse video! Depois, Michael lançou seu primeiro álbum solo, Off the Wall. Eu estava cada vez mais apaixonada pelo trabalho de Michael e eu descobri o grande dançarino que ele era.

Desde a época de Thriller, eu tinha o sonho de cantar para Michael, mas eu tinha que chegar a ele de alguma forma aqui, onde eu moro no Brasil. Naquela época, eu estudava e era a única filha. Minha família era muito conservadora, e não poderia aceitar uma mulher que estava entrando para o mundo da arte, porque havia preconceito. Eles não entendiam que este era o meu sonho, então eu continuei cantando na igreja e no coral da escola.

Quando eu tinha 15 anos, Michael tinha 25 anos e já era o Rei do Pop. Naquela época, eu morava na Bahia, e Michael fez a Bad Tour mundial. Eu então conheci o meu ex-marido, que era meu primeiro namorado.

Eu me formei como professora, me casei e tive um filho. Michael veio para o Brasil e fez shows em São Paulo, mas eu não podia deixar meu filho pequeno e meu trabalho como professora para ir ao show. Depois disso veio a Dangerous Tour.

Quando completei 22 anos, o meu casamento acabou. Nessa época, eu mudei de emprego, e decidi investir na música, mesmo sem o apoio da família. Eu comecei a cantar na noite, em bares, e logo fui convidada para participar de festivais e gravar em estúdios, porque eu tinha muita técnica.

Comecei a cantar músicas de Michael em meu repertório, como Got to Be There, Music and Me e outras. Em um ano, as bandas da cidade já havia me chamado para ser a vocalista principal, e não apenas backing vocal.

Comecei a viajar, enquanto a minha mãe me ajudava a cuidar do meu filho, Alexander, que é surdo. Graças a Deus, eu ganhei o reconhecimento dos meios de comunicação locais, e ganhei um bom público. Eu sempre gostei de cantar canções brasileiras, mas o pop rock está dentro de mim e eu sempre ouvi as músicas de Michael.

Michael finalmente retornou ao Brasil para gravar They Don't Care About Us. Uma parte do video foi filmada no Pelourinho, Salvador, a capital da Bahia. Eu me assustei! Era o meu estado, mas eu tinha um contrato para cumprir e minha banda tinha um show em outro estado. Mais uma vez, Michael estava tão perto e eu não podia vê-lo. Passei a noite inteira chorando,  quando eu soube disso. (...)

Exatamente treze anos antes eu havia me mudado para Salvador, e o primeiro lugar que eu fui, foi ao Pelourinho, onde Michael estava com a banda Olodum. Foi emocionante! Pisar no chão aonde Michael pisava era tudo para mim! Eu passei por lá cerca de vinte vezes naquele dia.

Eu continuei cantando aqui em Salvador e acompanhando toda a carreira de Michael, mas em 25 de junho de 2009 (meu aniversário), eu estava saindo de casa para encontrar alguns amigos, quando meu telefone tocou. Uma amiga me disse com uma voz assustada: 'Maggie, pare!! Onde você está, porque eu tenho uma coisa muito horrível de dizer.'

Eu pensei que fosse uma piada, mas ela disse: 'Maggie, nosso Michael ... ele morreu!'

Imediatamente, parei e fiquei sem palavras. Ela pergunta:

'Maggie? Você está aí?'

Eu estava parada, na rua, ouvindo a sua voz, porém a minha não saía. Eu estava em choque. Fui para casa e fiquei em choque por mais de duas horas.

Minha mãe tinha falecido apenas oito meses antes, e era meu primeiro ano sem ela. Eu estava emocionalmente abalada. Foi o pior aniversário da minha vida! Eu comecei a chorar e não parei por quatro dias. Eu estava deprimida. Eu encontrei o tratamento no meu Centro Espiritual , assistia os DVDs de Michael todos os dias. Era difícil acreditar que ele havia partido. Eu assistia os DVDs e chorava, chorava muito!

Eu entrei para alguns fãs-clubes nacionais e estrangeiros, a fim de não se sentir tão sozinha. Agora, só me restava o meu filho, mas em toda parte eu fui eu via Michael, e quando ouvia Earth Song era tão diferente! Essa música tocou profundamente em minha alma. De alguma forma, eu sabia que essa música era o que Michael queria promover.

Até as informações eram desencontradas. This Is It ainda não tinha sido lançado, e houve muitas especulações sobre a morte de Michael. Comecei a estudar mais a fundo sobre sua vida e descobri muitas semelhanças! 

Todos os seus gostos, a comida, as roupas, o perfume, o tipo de música, eram iguais aos meus. Foi então que eu escrevi uma carta em homenagem a Michael. Poderia ser uma canção! O nome é Song for Michael, e já foi publicada em alguns sites, como The Jackson Family Foundation e grupos de facebook.

Logo depois eu conheci o cantor Clifton Davis, compositor da canção I Never Can Say Goodbye, que foi gravada pelo The Jackson Five. Foi um grande dia! Foi uma coisa muito estranha, porque há meses - eu juro - que eu podia sentir a presença de Michael muito perto de mim, e uma onda de amor enchia o meu coração.

Maggie e Clifton Davis
Eu sempre fui uma pessoa preocupada com o meio ambiente e animais, e participo de organizações não-governamentais para apoiar essas causas. Conhecendo o incrível humanitário que Michael era, fiquei completamente apaixonada por ele!

Quando nos aproximamos de junho deste ano, fui convidada para cantar em um tributo em homenagem a Michael. Isso realmente me deixou bastante feliz. Todos disseram: 'Que maravilhoso! Quando você canta as músicas de Michael, parece ter alguém cantando junto com você!'

'Hahaha...' - eu dizia - ' É um anjo!'

Sim, eu acredito que Michael acompanha as pessoas que realmente o amam. Então eu cantei I'll Be There, mas não sabia que estava sendo filmado. Foi realmente emocionante para mim e eu postei isso no You Tube. Eu cantava para Michael.

No final de agosto veio outro presente. O cantor Lionel Richie chegou ao Brasil e fui ao seu show. Eu arranjei para enviar a letra da canção que eu escrevi em homenagem a Michael, diretamente a ele. Quando ele cantou We Are the World, caí em lágrimas. Foi maravilhoso!

Cada vez mais, me sinto perto de tudo o que Michael fez, e eu estou muito feliz e satisfeita por isso.'

Fonte: http://thejamcafe-mjtpmagazine.com