Michael fala com Shmuley (23)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 23 - Sobre o Medo 

SB: Você vive com medos? Daquele tipo...pessoas vão atirar em você, metaforicamente falando. Isso te dá medo?

MJ: Não como artista. Eu sou como um leão. Nada pode me ferir. Ninguém pode me machucar sem minha permissão. Não deixaria isso me incomodar, embora eu tenha sido ferido e tenha sentido dor no passado, claro, eu tenho me poupado de muito disso.

SB: Então não vive em medo agora?

MJ: Não.

SB: Você acha que as crianças nos ensinam a ter medo? Por um lado, elas têm medo, elas têm medo de cães, têm medo do escuro e muitas outras coisas. Por outro lado, elas não têm medo do amor e nem do que precisam.

MJ: Nós ouvimos, observamos, aprendemos. Abrimos nossos corações e mentes, abrimos nossas almas. Sim, podemos aprender, mas você tem que perceber que...

SB: Adultos vivem com mais medos do que as crianças.

MJ: Absolutamente... Recaídas nervosas. E criam suas próprias circunstâncias, de muitas maneiras. Se preocupar com alguma coisa até o ponto de destruir sua saúde. Se há algo que elas querem muito, as crianças ficam repetindo e repetindo até conseguirem, porque não conhecem outro jeito de fazer isso.

Até que você cede, o que é muito doce e adorável. Eu sempre digo a eles: "Se essa é a coisa mais importante para você se preocupar na vida, então você é uma pessoa de sorte. Se esse é o seu maior problema, então você é sortudo." Você percebe no futuro... para eles isso é importante no momento, o que é adorável. Pode ser a coisa mais simples do mundo, também. Adorável.

SB: Então, o ponto era tentar fazer com que, por um lado, há coisas que te assustam [Michael me contou que tem medo de cachorros] e que são medos clássicos da infância. A propósito... seu medo é muito similar ao de Adão e Eva. Eles adoram o perigo, sabe. Deus disse à eles: "Há um fruto que é perigoso" e era esse que eles queriam comer. Por outro lado, você tem medo de cães perigosos.

MJ: É, eu não gosto desse tipo de coisa. Isso me assusta. Ou se eles encurralam um cougar entre os filhotes... Não sei se o nome é lobinho ou raposa... mas ela está encurralada e é muito territorial, você não se aproxima. Você não atravessa aquela linha. 

Eu não entendo quando pessoas pegam uma arma e atiram na mãe (no animal)... E os bebês elefantes, eles fazem a mesma dança, toda hora. Eles dão aquele grito e então dão voltas, confusos, enquanto a mãe deles está deitada lá, eles ficam dando voltas, como se fossem enlouquecer. E eu não entendo como o homem pode fazer isso. Isso me machuca muito. É muito mau.

SB: Você vai em safáris quando está na África?

MJ: Sim, sim.

SB: Você chega perto de alguns dos animais mais perigosos?

MJ: Sim.

SB: E não tem medo...?

MJ: Não. Não, eu amo safáris. Amo muito.

SB: Então você é a contradição desse medo. Você tem medo de coisas como aranhas, coisas que crianças teriam medo, mas você não tem medo de um leão.

MJ: Não, não. Eu sou fascinado por isso.

SB: Quero dizer, em Neverland, eu vi você chegar com uma cobra. Se lembra disso?

MJ: Sim, sim. E com as cascavéis. Nós acariciamos as cascavéis são muito, muito... quero dizer, elas podem te matar.

SB: E você não tem medo de nada desse tipo?

MJ: Eu sou fascinado por coisas que são perigosas para os homens e só de olhar um tubarão... Porque somos tão fascinados por tubarões? Por que podem te matar. E você grita " Tubarão!" e todo mundo pergunta: "Onde? O quê? Quem?"

Sabe, quando você diz 'barracuda' ninguém dá a mínima, você diz 'camarão' e nada. É o medo, a lenda e o folclore atrás disso. E adoro tudo isso... Eu acho que eu gosto do mesmo que PT Barnum gostava nisso. Sabe, coisas que despertam o interesse das pessoas, eu adoro esse tipo de... É isso que eu amo na mágica, e Howar Hughes. E amo tudo isso.

SB: Quais são os seus maiores medos, então? Eu sei que tem medo de pessoas más. Você não gosta de gente má.

MJ: Eu não gosto caras grandes, altos e maus, do tipo agressivo. E é isso que me deixa meio para baixo sobre, você sabe quem... (o pai dele) Isso me machuca quando me pergunta, eu não gostei nada disso. Como pode um ser humano ter aquilo nele e ser tão ríspido? Se é assim que ele se sente, que guarde para ele, não diga.

SB: Você não gosta de caras altos e agressivos...?

MJ: Não. Em minha vida, eles foram muito maus. Embora tenha havido alguns gigantes gentis. Os grandões não foram legais.

SB: Mas seus guarda-costas são altos...

MJ: Eles são altos...

SB: Mas eles são tão legais...

MJ: Eu tenho que ter a certeza de que são legais. Eles têm que ser cavalheiros. E todos eles sabem, se uma criança se aproxima, que não a afaste. Se uma criança se aproxima para pedir autógrafos, você estende o tapete vermelho em cortesia para ela. Todos eles sabem disso. É muito importante. Quero dizer, Brando não assina autógrafos para ninguém, a menos que sejam crianças. A menos que sejam os pequeninos, ele não assina. Eu acho isso muito legal, sabe?

SB: Que outros medos você tem?

MJ: Que outros medos? hum...

SB: Cães. Não entendo por que certas crianças têm certos medos. Outra noite eu pus um DVD para as crianças e havia um monstro, e Baba ( a mais novinha) começou a gritar e chorar, e correu para o quarto, e ela sempre atrasa sua hora de ir para a cama, mas nesse dia ela disse: "Eu quero ir para a cama." E foi dormir. Ela odiou.

MJ: Que filme era?

SB: Eu acho que era Men In Black ou algo assim.

MJ: Ohhh, em DVD? Mas as outras crianças gostaram? Elas sabiam que era coisa de filme, que não era real?

SB: Sim. Eu realmente não as deixo ver coisas assim, mas elas as conseguem e esse eu assisti com elas, então... Baba viu o primeiro cara e...

MJ: É, não é para Baba. Não era para ela. Prince e Paris adoram Jurassic Park, embora haja violência e armas. Mas eu quero que eles vejam bons filmes, se eles são bons mesmo. Não muitos, mas os bons. A boa arte.

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach